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Foto do escritorNathan Fernandes

VÍDEO - Encontros Psicodélicos #5: Psicodélicos no tratamento da dependência de substâncias

Atualizado: 12 de set. de 2021



 

A quinta edição dos Encontros Psicodélicos refletiu sobre as particularidades do uso de psicodélicos no tratamento da dependência de substâncias. O psicanalista Adriano Camargo, especialista em dependência química e fitoterapia, compartilhou sua experiência à frente do Instituto Nhanderu, instituição que atende pessoas em situação de vulnerabilidade social e uso problemático de substâncias, no centro de São Paulo. Para ele, trabalhar com a ayahuasca em contexto urbano é essencial para facilitar o acesso aos benefícios do chá.


“A gente entende que a dependência é só a ponta do iceberg, existem inúmeras questões que vêm antes disso e que podem ser ressaltadas no processo da ayahuasca, como a falta de moradia, pendências judiciais, reaproximação familiar, tratamento dentário”, apontou ele, lembrando que a ideia, além de servir o chá, é conectar as pessoas às redes de atendimento. “Em uma chácara, dificilmente conseguiríamos contactar essas redes para poder auxiliar esse público. É importante trazer a filosofia e as medicinas da mata para a cidade, porque é aqui que acontecem os desafios e as dificuldades que essas pessoas precisam superar.”


Para o psicólogo Bruno Ramos Gomes, mestre em Saúde Pública e doutor em Saúde Coletiva, esse acolhimento às pessoas em situação vulnerável é importante para que elas se desenvolvam. “O chá pode ajudar a pessoa a voltar a sonhar com uma vida melhor, a ver possibilidades e sentir conforto. Tudo isso faz com que ela possa ir se reestruturando, mas não adianta apenas servir o chá, é preciso dar suporte, a exemplo do que faz o Nhanderu, se não só gera mais uma frustração”, comentou o psicólogo, que pesquisou o uso de ayahuasca na recuperação de populações em situação de rua. Durante a conversa, Ramos ainda comentou sobre os resultados da pesquisa de doutorado que realizou, sobre o uso de ibogaína no tratamento da dependência.


A conversa contou com apresentação do jornalista Nathan Fernandes e comentários da antropóloga Piera Talin, pesquisadora de ayahuasca no programa de pesquisa Healing Encounters do Centro Nacional de Pesquisa Científica (Paris), em cotutela com o Instituto de Pesquisa em Ciências Sociais (AISSR) da Universidade de Amsterdam.


O debate fez parte da série “Encontros Psicodélicos: Conversas interdisciplinares sobre ayahuasca e outros psicoativos", uma cooperação mensal entre o portal Ciência Psicodélica (CP); o projeto Healing Encounters, do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica), em Paris; e o Grupo de Pesquisa ICARO (Cooperação Interdisciplinar para Pesquisa e Divulgação da Ayahuasca), da Unicamp; com apoio do Instituto Chacruna.


Confira o evento na íntegra:



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