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Foto do escritorNathan Fernandes

VÍDEO - Encontros Psicodélicos #6: Medicina indígena, farmacologia e plantas medicinais



Ao ser picada por uma cobra, a sobrinha do antropólogo João Paulo Tukano, indígena do povo Yepamahsã (Tukano), quase precisou ter o pé amputado. Pelo menos, essa era a proposta dos médicos. Desesperados com a possibilidade da menina perder um membro do corpo, os parentes se organizaram para propor aos doutores um tratamento em conjunto que unisse a medicina ocidental e a medicina tradicional do povo Tukano. “Um dos médicos disse que não iria permitir a participação de um pajé, cantando, dançando, tocando tambor e fazendo ritual de cura”, lembrou o antropólogo.


No fim, houve uma conciliação e a garota não precisou ser amputada. Mas o episódio mostrou a João Paulo que deveria haver uma forma de promover um encontro de conhecimentos para além do imaginário estereotipado dos povos indígenas. Foi o que o levou a se graduar em filosofia e a se tornar doutor em antropologia pela Universidade Federal do Amazonas. Daí também nasceu o Centro de Medicina Indígena, um polo de integração de saberes.


A história foi contada por João Paulo na sexta edição dos Encontros Psicodélicos, que contou também com participação da bióloga Renata Mazaro-Costa, especialista em fitoterapia e professora da Universidade Federal de Goiás.


Para Mazaro-Costa, histórias como a de João Paulo refletem o fechamento da academia. “Eu entendo a questão do método científico e de todas as ferramentas que fortalecem o processo em termos de reprodutibilidade, mas, ao mesmo tempo, a academia se fecha para outras possibilidades”, apontou a bióloga, reforçando que, apesar de trabalhar com o núcleo mais duro da ciência, acredita também nas infinitas possibilidades trazidas pelas plantas.


O debate fez parte da série “Encontros Psicodélicos: conversas interdisciplinares sobre ayahuasca e outros psicoativos", uma cooperação mensal entre o portal Ciência Psicodélica (CP); o projeto Healing Encounters, do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica), em Paris; e o Grupo de Pesquisa ICARO (Cooperação Interdisciplinar para Pesquisa e Divulgação da Ayahuasca), da Unicamp; com apoio do Instituto Chacruna.


A edição “Medicina indígena, farmacologia e plantas medicinais” contou ainda com apresentação da bióloga Flávia Boos é bióloga, e mediação do psicofarmacologista Lucas Maia.


Assista a edição completa:



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